quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

BALADA DE UMA DECADÊNCIA


Procurava falar línguas esquecidas,

Decorava mensagens repetidas,
Escrevia com letras de alfabetos mortos,
Derrubava cidades não erguidas,
Mas terminava bêbado,
Nos bares do fim do mundo.

Voava pelas montanhas esquecidas,
Namorava mulheres repetidas,
Comprava sonhos de comerciantes mortos,
Remodelava estátuas não erguidas,
Mas acabava esquecido,
Nas esquinas do fim do mundo.

Citava frases há muito esquecidas,
Contava anedotas sempre repetidas,
Sonhava que seus sonhos estavam mortos,
Adorava deusas velhas não erguidas,
Mas acabava internado,
Nos asilos do fim do mundo.

Chorava lágrimas por vezes esquecidas,
Suplicava retóricas sempre repetidas,
Confidenciava com amigos todos mortos,
Procurava abrigo em decadências não erguidas,
Para sempre continuar assassinado,
Nas estradas do fim do mundo...