Procurava falar línguas esquecidas,
Decorava
mensagens repetidas,
Escrevia
com letras de alfabetos mortos,
Derrubava
cidades não erguidas,
Mas terminava bêbado,
Nos
bares do fim do mundo.
Voava pelas montanhas esquecidas,
Namorava mulheres repetidas,
Comprava
sonhos de comerciantes mortos,
Remodelava
estátuas não erguidas,
Mas acabava esquecido,
Nas
esquinas do fim do mundo.
Citava
frases há muito esquecidas,
Contava anedotas sempre repetidas,
Sonhava que seus sonhos estavam mortos,
Adorava
deusas velhas não erguidas,
Mas acabava internado,
Nos
asilos do fim do mundo.
Chorava
lágrimas por vezes esquecidas,
Suplicava retóricas sempre repetidas,
Confidenciava com amigos todos mortos,
Procurava abrigo em decadências não erguidas,
Para sempre continuar assassinado,
Nas
estradas do fim do mundo...